01/11/2024 09h23 | Atualizado em 01/11/2024 09h25 Por ASCOM
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) realizou nesta quarta-feira (30) uma reunião informativa sobre o Plano de Bioeconomia do Pará (PlanBio), no município de Santa Maria do Pará, nordeste paraense. O evento realizado no Auditório da Câmara Municipal de Vereadores reuniu cerca de 30 pequenos produtores da região que apresentaram e debateram as principais diretrizes e ações do plano, que visa impulsionar o desenvolvimento sustentável no estado.
O evento contou ainda com um “Marketplace”, espaço reservado para associações e cooperativas de produtores rurais da região apresentarem seus produtos voltados para a bioeconomia.
“Participar desse evento nos permitiu trocar ideias, esclarecer dúvidas e entender as políticas do governo que podemos acessar. Um dos nossos principais desafios é aumentar a renda das mulheres para melhorar sua autonomia financeira e enfrentar situações de vulnerabilidade. Nossa rede abrange 14 municípios do nordeste paraense, com cerca de 144 mulheres participando”, afirma Katia Celine, Coordenadora do Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense.
“Nosso movimento valoriza o conhecimento tradicional das comunidades e se dedica ao trabalho com mulheres, mostrando o potencial delas para produzir alimentos saudáveis e promover a conservação ambiental. Atuamos com atividades como a produção de mel, biojoias a partir da semente de açaí, extração de óleo de coco, e artesanato com papel. Nosso foco é o reaproveitamento e a valorização dos recursos da Amazônia”, completa a coordenadora.
Carlos Medeiros, Secretário de Agricultura do Município de Viseu, avaliou como positiva a reunião, por proporcionar um amplo entendimento a respeito da política de bioeconomia do estado. “Estamos aqui trazendo nossos artesãos para expor seus trabalhos e entender melhor o conceito de bioeconomia. Viseu tem uma forte presença na produção de açaí e outros produtos, e esse evento nos dá uma visão mais ampla de como nosso município pode se integrar a essa política, colaborando com o Estado”, avalia Medeiros. “Destaco o esforço do Estado em criar espaços para ouvir produtores e a importância do crédito. Para os pequenos produtores e artesãos, o acesso ao crédito é essencial para avançarem, e a presença de instituições financeiras é fundamental para dar suporte. Esses foram pontos importantes que contribuíram para o sucesso deste evento”, conclui.
A reunião incluiu apresentações sobre a política pública de bioeconomia, detalhes do PlanBio, além de acesso a crédito para pequenos produtores. O público participou expondo suas dúvidas. Gerente do Banco da Amazônia (Basa) do município de Castanhal, Antônio Alves falou sobre a política de acesso a crédito voltada a pequenos produtores. “Eu parabenizo aqui a Semas pela forma com que a temática foi abordada, uma forma bem didática. Foi bem importante conhecer as formas de desenvolvimento das políticas públicas desde o início e como está sendo desenvolvida a política de bioeconomia do estado. Eu pude apresentar detalhes do Pronaf, um programa de financiamento que apresenta uma linha de crédito específica voltada para os agricultores familiares, e que está vinculado à temática que foi abordada aqui.”
Marlon Avelar, técnico em gestão do meio ambiente da Semas, destacou a participação ativa do público presente no debate. “O evento superou nossas expectativas, permitindo que os produtores, as cooperativas e instituições se inteirassem sobre os benefícios da política de bioeconomia, como capacitações e acesso a crédito. A divulgação da política do PlanBio e do crédito disponível para cooperativas e agricultores familiares foi um destaque”, afirma o técnico. “Os participantes também aprenderam sobre o desenvolvimento das políticas públicas ambientais e como a bioeconomia se integra a elas, especialmente com a influência da COP, que traz impactos para o Pará e a Amazônia.”
Com um olhar especialmente voltado para a sociobiodiversidade e para a valorização do conhecimento tradicional, o PlanBio se sustenta em três eixos estratégicos, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; Patrimônio Cultural e Patrimônio Genético e Cadeias Produtivas e Negócios Sustentáveis, definidos em discussões do GT PlanBio. O objetivo é gerar desenvolvimento econômico a partir da floresta em pé, conectando empresas, universidades, governos, bancos, novos negócios e sociedade civil em torno de soluções da bioeconomia.
Uma ação complementar a esse processo é a criação do Parque de Bioeconomia, que vai atuar a partir de três componentes: Espaço de Inovação em Bioeconomia; Espaço de valorização do conhecimento tradicional e Espaço de cadeias produtivas e negócios sustentáveis. A iniciativa permite criar um ambiente propício para buscar soluções para a bioeconomia do Estado do Pará.
O Planbio é uma política pública do governo do Estado, coordenado pela Semas e ancorado na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), sendo também um dos componentes do eixo desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).
Texto: Antônio Darwich – Ascom Semas