11/06/2024 23h27 | Atualizado em 11/06/2024 23h28 Por ASCOM
Ação cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão temporária, simultaneamente, no Pará e em Brasília (DF) nesta terça-feira (11)
Nesta terça-feira (11), a Polícia Civil do Pará e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) desmontaram um esquema milionário de créditos florestais falsos. A “Operação Dark Wood” cumpriu nove mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão temporária, realizados, simultaneamente, no Pará e no Distrito Federal (DF).
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Walter Resende, a investigação foi iniciada em 2019, após uma associação criminosa simular, por meio de documentos falsos, leilões de produtos florestais supostamente realizados pelas prefeituras de Itaituba e Novo Progresso.
“A fraude consistiu no protocolo desses documentos falsificados na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com pedido de inclusão de créditos florestais nas pastas do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) para as duas empresas que, hipoteticamente, tinham sido as vencedoras dos leilões”, pontuou o gestor.
Com isso, um crédito de mais de 13 mil metros cúbicos de madeira foi concedido de maneira indevida, o que foi rapidamente questionado pelas outras empresas madeireiras de dentro e fora do Estado. Segundo as investigações, algumas delas são suspeitas de simular o transporte e recebimento do material por meio desses créditos, através da expedição de falsas guias florestais.
Hoje, após ter sido deflagrada a operação “Dark Wood”, sete pessoas envolvidas nos leilões foram presas, sendo elas os proprietários das madeireiras e um ex-servidor temporário da Semas. Seis foram presas no Estado, uma delas em Outeiro, em Belém; duas em Uruará; duas em Novo Progresso; e uma em Santa Bárbara. Houve também a prisão de uma sétima pessoa no Distrito Federal.
Estima-se que a movimentação total da ação criminosa tenha sido de, aproximadamente, R$ 26 milhões.
O servidor temporário não faz mais parte do quadro de servidores da Semas desde 2019 e responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). O primeiro relatório sobre o caso é de autoria da Assessoria de Inteligência e Segurança Corporativada Semas (AISC), que encaminhou o documento à Polícia Civil para que o inquérito fosse instaurado.
A operação policial contou com a participação de 40 policiais civis dos Estados do Pará e do Distrito Federal, sendo executada diretamente pelas equipes da Divisão de Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) De Santarém e Altamira, Superintendência de Altamira e Delegacia de Novo Progresso. A ação também contou com o apoio da AISC/Semas.
Ainda sobre a ação, o titular da DECOR, delegado Tainan Monteiro, informou que “uma operação dessa complexidade só foi possível graças aos recentes investimentos da Polícia Civil em qualificação e equipamentos de alto desempenho”.
“Nós pedimos informações ao IBAMA para saber se aquela documentação era válida. Quando veio de lá a resposta, já imaginávamos que não era, pelo modus operandi, tipo de formatação e pelo nome de servidor. Percebemos aí que já havia uma fraude grosseira. Eles já tinham efetuado a fraude. A partir daí, constituímos um relatório de investigação de inteligência, comunicamos o ocorrido aos órgãos competentes, no caso, a Polícia Civil, devido à ocorrência de crime, e à Corregedoria da Secretaria de Meio Ambiente”, explica Victor Manfrini, Assessor Especial de Inteligência e Segurança Corporativa da Semas.