Preservação ambiental e mudanças climáticas nos territórios indígenas são tema de evento, em Belém

19/04/2024 10h49 | Atualizado em 19/04/2024 11h10 Por ASCOM

Preservação ambiental e mudanças climáticas nos territórios indígenas são tema de evento, em Belém

As secretarias de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e de Povos Indígenas (Sepi) promoveram, nesta quinta-feira (18), no Hangar, em Belém, um painel sobre preservação ambiental e mudanças climáticas nas terras indígenas do Pará. A programação fez parte da Semana dos Povos Indígenas do Estado e contou com a participação de indígenas e de órgãos e entidades relacionados ao tema.

Sob o título “Emergência climática: povos indígenas chamam para a cura da Terra!”, a expectativa é de que a programação da Semana dos Povos Indígenas receba mais de 500 indígenas de vários povos para o evento, que tem como intuito conscientizar e aproximar as pessoas, para, cada vez mais, reflorestar as mentes do povo do Pará, do Brasil e do mundo.

“O importante é que todo mundo possa compreender, ajudar a pensar o Pará que queremos, a Amazônia que queremos. E aí eu acho que esse momento não é nosso, mas é um momento de vocês, da demanda dos territórios indígenas, de discutir os impactos que os povos indígenas sofrem dentro dos seus territórios. E a gente está aqui para para ajudar a pensar a partir dessa construção, que não é algo que se faz somente com os povos indígenas, mas também se faz com a sociedade, com o governo, e é por isso que a gente está aqui”, afirmou Puyr Tembé, titular da Sepi na abertura do evento.

Raul Protázio, secretário adjunto de Recursos Hídricos e Clima da Semas, destacou a construção coletiva das políticas ambientais no estado. “Destacamos o Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa e o seu processo de construção com a participação ativa dos Povos e Comunidades Tradicionais e como esse processo de co-construção vem sendo implementado com sucesso no Governo do Estado e na Semas. Nas nossas iniciativas, sempre temos trazido essas populações para construir conosco, considerando o seu papel fundamental para proteção da floresta e para que sigamos implementando as iniciativas que de fato gerem benefícios e contribuam com a melhoria de vida deles, ao mesmo tempo em que também atuamos para alcançar as nossas metas e objetivos definidos na Política Estadual de Mudanças Climáticas”, explicou.

Participaram do painel representantes do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), da Associação Angrôkrere, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Banco do Estado do Pará (Banpará).

Bruno Potiguara, Diretor de Gestão Ambiental Territorial e Promoção do Bem Viver Indígena, do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), destacou a visibilidade que o evento confere às demandas indígenas. “É de suma importância nesse momento de luta e resistência. Muito interessante fazer esse trabalho pensando no contexto de todo o estado, pensando na proteção territorial, na gestão de seus territórios, e essa atuação do Governo do estado, da Sepi, da Semas, faz com que nós tenhamos mais visibilidade para a luta dos territórios, ainda mais considerando esse processo de desintrusão que afeta muitas terras aqui no Pará, então é necessário trazer essa concepção de luta e atuação para que os povos indígenas possam cada vez mais ser respeitados e reconhecidos dentro do seu território original”, disse.

Ágila Rodrigues, técnica da área de Projetos Corporativos e Bioeconomia da Semas, destacou os resultados do Plano Estadual de Bioeconomia e a participação e benefício de comunidades tradicionais. “Com esse evento e com o diálogo que vem sendo estabelecido, isso ajudar no direcionamento das nossas ações, porque isso vai colaborar com que caminhemos juntos. Aqui, apresentamos o PlanBio, política lançada em 2022, mas é uma política que vem sendo pensada pelo governo desde muito antes, primeiro pela Política Estadual de Mudanças Climáticas, depois pelo Plano Estadual Amazônia Agora. Em 2021, durante o Fórum Mundial de Bioeconomia, que ocorreu aqui pela primeira vez fora do continente europeu. Pra gente isso foi um marco, então aqui destacamos as ações que a gente vem fazendo dentro do Plano, como o InovaSociobio e a abertura de espaços para bioprodutores e negócios comunitários, dando a eles o protagonismo que eles merecem”, disse.

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