Em uma iniciativa direcionada para aprimorar a gestão dos recursos hídricos do estado, a Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) promoveu uma visita técnica nesta terça-feira (9) à Estação de Tratamento de Água Bolonha, operada pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). O objetivo desta iniciativa foi promover uma troca de conhecimentos e experiências dos servidores da Semas, sobre processos e tecnologias empregados pela Cosanpa, no tratamento e distribuição de água potável à população da capital paraense, permitindo identificar possíveis áreas de colaboração e oportunidades de melhoria em suas próprias operações, monitoramento e fiscalização dos usos dos recursos hídricos.

Lucas Bahia Magalhães, gerente do Sistema de Informação sobre Recursos Hídricos (Gesir), da Diretoria de Recursos Hídricos (Direh) da Semas, destacou a importância da visita: “Essa capacitação é essencial para entendermos melhor a gestão hídrica local e estadual, o que, por sua vez, melhora nosso trabalho de monitoramento e emissão de outorgas.”

A visita contou com a condução de Letícia Santos, gerente de produção da Cosanpa, que ressaltou o objetivo de capacitar os técnicos da Semas sobre o tratamento e distribuição de água, bem como as captações de água bruta. “O entendimento aprofundado do funcionamento do sistema é crucial para uma gestão integrada e eficiente da água, um recurso vital para a população”, afirmou a gerente.

A água para Belém é captada no Rio Guamá, passando pelos Lagos Água Preta e Bolonha, onde ocorre o tratamento. O processo inclui coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção, garantindo a eliminação de patógenos antes da distribuição pela cidade. Cada etapa do tratamento é rigorosamente monitorada para assegurar a qualidade da água entregue aos cidadãos.

Instalada no Complexo Bolonha dentro do Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, a Central Operacional de Sistemas da Cosanpa concentra as atividades de supervisão e gerenciamento remoto de infraestruturas de captação, transporte, reservação e distribuição de água para a Região Metropolitana de Belém. “Esse sistema está configurado da seguinte forma: a gente faz essa captação da água do rio Guamá para o lago Água Preta e, por um canal de ligação, por gravidade, passa pro lago Bolonha. Nós chamamos de complexo integrado de água do Bolonha, porque além dessa capacitação do Bolonha, a gente tem mais um ponto de captação que leva a água para uma estação em São Brás e para outra que fica perto do Bosque, onde temos outra estação de tratamento. Essas três estações compõem o complexo de tratamento. A grande parte da água dos mananciais vem do rio Guamá, já que a demanda de Belém não iria conseguir ser suprida só com a água dos lagos”, explica Letícia Santos.

A gerente explicou como é feito o tratamento da água que abastece a Grande Belém. “Quando a água bruta entra na estação de tratamento, já é aplicado o coagulante. O papel dele é fazer com que as impurezas contidas na água se aglutinem e formem flocos, porque assim fica muito fácil a sua separação. Na fase de decantação, os flocos formados são separados da água pela ação da gravidade. A água decantada é encaminhada para o processo de filtração, para reter e remover as impurezas ainda presentes na água. Na filtração, passa por camadas de diversos materiais e na saída do filtro a gente já tem uma água dentro dos padrões, mas nenhuma dessas etapas consegue retirar os micro organismos patogênicos. Então, a gente precisa da adição do cloro gás desinfectante que vai fazer a inativação a partir da quebra da parede celular destes micro organismos. A partir daí a gente já tem água própria para o consumo”.

A gerente também apresentou aos servidores da Semas, a Central Operacional da estação. A Companhia planeja expandir suas operações para sistemas de esgotamento sanitário e áreas mais distantes, mas atualmente se concentra no abastecimento de água da região metropolitana de Belém. “A infraestrutura avançada permite a análise detalhada das pressões, níveis dos reservatórios e o funcionamento das bombas, garantindo a eficiência e a resposta rápida a qualquer alteração no sistema. A colaboração estratégica entre Semas e Cosanpa simboliza um passo significativo para a sustentabilidade ambiental e a saúde pública, estabelecendo um novo padrão para a gestão de recursos hídricos no estado”, finaliza a gerente.

Texto de Antônio Darwich – Ascom/Semas