Helder Barbalho enfatizou que atividades produtivas com sustentabilidade fazem a floresta viva valer mais do que floresta devastada
21/12/2023 20h31 | Atualizado em 22/12/2023 09h18 Por ASCOM
A necessidade de o Estado avançar na implementação das ações planejadas para a área climática e ambiental foi destacada pelo governador do Pará, Helder Barbalho, no encerramento do Fórum Paraense de Mudanças e Adaptação Climática (FPMAC 2023), em Belém, nesta quinta-feira (21).
“Que possamos neutralizar as nossas emissões e mostrar que é possível compatibilizar atividades produtivas com sustentabilidade, fazendo a floresta viva valer mais do que floresta morta, levando melhorias de vida para pessoas da floresta e da cidade, de modo que todos possam ter a oportunidade de inclusão”, destacou Helder Barbalho.
O governador enfatizou a necessidade de as ações serem céleres e compatíveis com as mudanças climáticas. “Aquilo que se construiu e que se realiza com a presença ativa das pessoas, em um Estado que se propõe a produzir e preservar, que possamos fazer dessa prática uma realidade. Que possamos construir um movimento para que o Estado vença seus desafios. Sabemos que construímos as bases para a próxima etapa, e agora chegamos ao desafio de implementar com celeridade. Que nesse movimento possamos contar com todos vocês, para que participem disso e possamos apresentar ainda mais resultados”, ressaltou o governador.
Helder Barbalho presidiu a plenária final do FPMAC 2023, evento promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que reforça o compromisso do governo estadual com o meio ambiente, por meio da promoção de debates envolvendo órgãos públicos, entidades e sociedade civil, visando à agenda de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no Estado.
Meta – Em sua 5ª edição, o Fórum foi marcado pelo lançamento do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), caminho para que o Estado alcance a meta estabelecida no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) de recuperar 5,65 milhões de hectares até 2030.
Apresentado pela primeira vez este ano na COP 28 (conferência mundial do clima), em Dubai, o Plano aborda questões ambientais e apresenta mais de 225 atividades a serem desenvolvidas nos próximos 10 anos, que visam estimular a criação de empregos verdes; incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e inovação, e garantir segurança alimentar à população.
A ideia é articular, integrar e promover projetos e ações indutoras da recuperação da vegetação nativa, contribuindo para a redução das emissões líquidas por meio do sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE).
O PRVN proporciona benefícios econômicos claros à população, gerando um valor adicionado à economia entre R$ 36,6 bilhões e R$ 42,2 bilhões, o que representa um aumento de renda para a população entre R$ 8 bilhões e R$ 9,4 bilhões, além da arrecadação de impostos indiretos entre R$ 1,6 e 1,9 bilhão.
Construção coletiva – Ângela de Jesus, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará (Fetagri), agradeceu ao governador pela criação da Secretaria da Agricultura Familiar e pelo processo de construção coletiva na elaboração do PRVN.
“Nossa gratidão ao governador por ter tido a vontade política de criar a Secretaria de Agricultura Familiar. Hoje, o dia foi muito produtivo. Tivemos momentos significativos, com o Plano de Restauro, o Plano de Agriculta Familiar, em processo de construção coletiva, com muitas mãos e muitas mentes. Hoje, nós já precisamos pensar em um fundo específico para a agricultura familiar, uma atividade que gera alimentos e combate a fome, e que também precisa ter recursos. Neste sentido, se conseguimos regionalizar o Pronaf (Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar) já teremos uma grande vitória”, disse Ângela de Jesus.
O secretário adjunto de Recursos Hídricos e Clima da Semas, Raul Protázio, ressaltou que “hoje, aqui no FPMAC, tivemos avanços importantíssimos. No Comitê Executivo foi deliberada a criação da Câmara Permanente de Bioeconomia, e até por uma provocação feita na COP, vamos submeter uma proposta de alteração no Comitê para que novas entidades possam fazer parte. Há seis meses foi assinada a Carta de Belém pelos presidentes de quem compõe a OTCA, e eles dizem na Carta que é necessário considerar as pessoas na condução e na direção das políticas climáticas. Portanto, estamos alinhados a essa premissa, e estamos caminhando em direção a mais avanços nessa agenda”.
O evento contou com a participação do secretário de Estado da Agricultura Familiar, Cássio Pereira; da pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Joyce Ferreira; do representante da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu), Hilário Moraes; Karla Braga, representante da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (Cojovem); do diretor da The Nature Conservancy Brasil (TNC), José Otávio Passos; de Fabíola Zerbini, diretora de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); Bruno Kono, presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa); do deputado estadual Francisco Torres de Paula Filho (Torrinho) e outras autoridades.