Estado apoia empreendedorismo paraense entre negócios inovadores da América Latina

Em Belém, Joanna Martins, fundadora da Manioca, aposta na sustentabilidade e é reconhecida pela Bloomberg Línea, multiplataforma sobre negócios

14/12/2023 09h41 | Atualizado em 14/12/2023 09h58 Por ASCOM

Estado apoia empreendedorismo paraense entre negócios inovadores da América Latina

Desde que lançou o Plano de Bioeconomia, o governo do Pará vem empreendendo esforços para apoiar e impulsionar negócios sustentáveis que tenham como base a bioeconomia, com inovação e tecnologia. São os chamados bionegócios, que encontram no PlanBio o apoio necessário para chegarem a novos mercados, levando a Amazônia para o mundo.

É o caso de Joanna Martins, em Belém. Ela é sócia-fundadora e CEO da Manioca, foodtech de produtos naturais da Amazônia, que acaba de ser listada pela Bloomberg Línea, multiplataforma de notícias de negócios da Bloomberg Media, entre as 100 pessoas inovadoras da América Latina em 2023. Além de ser uma parceira importante na construção do PlanBio, ela serve de inspiração para outras startups e também contribui com a identificação de gargalos e oportunidades para o setor.

A Manioca, da qual Joanna é sócia, transforma ingredientes da Amazônia em alimentos naturais, práticos, saudáveis, inovadores e saborosos, dialogando com a cultura local e sua biodiversidade, a partir do desenvolvimento de cadeias produtivas. A empresa instalada em Belém transforma ingredientes tradicionais da culinária amazônica como tucupi, cupuaçu e cumaru em temperos, molhos, geleias, granolas, farinhas e farofas, proporcionando refeições mais saudáveis e com mais sabor. Atualmente, é possível encontrar produtos da Manioca em pelo menos 13 estados brasileiros.

“É extremamente gratificante, eu fiquei bastante surpresa porque apesar de a gente fazer um trabalho em rede com muitos contatos no âmbito nacional, ainda assim a gente não foi muito acostumada a receber reconhecimentos nesse âmbito, então eu fiquei bastante surpresa e muito feliz”, disse Joanna.

Apoio do Estado – “A Semas, desde a criação do Plano de Bioeconomia, tem estado extremamente conectada com a gente, trazendo oportunidades de conexão com o mercado, de diálogo para fortalecimento desse ecossistema através das empresas. Então é muito importante que através do plano e de outras políticas públicas, o estado, a União e os municípios apoiem esse ecossistema, o desenvolvimento, a qualificação, a oportunidade de mercado. São vários os âmbitos que precisam ser desenvolvidos de fomento, de investimento, então é extremamente importante essa ação do governo do Estado”, destacou a empresária.

Camilla Miranda, secretária adjunta de Projetos Estratégicos e Bioeconomia da Semas, afirma que o reconhecimento ressalta o potencial da Amazônia para o mundo. “Esse reconhecimento é muito merecido e significativo. A Manioca sempre esteve presente nos nossos marketplaces da bioeconomia e nas discussões estratégicas, fazendo parte de tudo o que o estado vem construindo para impulsionar esse setor e promover a transição socioeconômica que tanto buscamos e necessitamos. Portanto, esse reconhecimento não apenas honra a empresa em questão, mas ressalta o potencial da Amazônia, o nosso patrimônio intangível e fonte de riquezas naturais. Na Amazônia, onde a diversidade é tão abundante, é essencial que as empresas atuem como guardiãs do equilíbrio ecológico e esse reconhecimento reflete o sucesso nos negócios e o comprometimento em promover a sustentabilidade e a conservação”, disse.

Política pública pioneira no Brasil, o PlanBio já alcança resultados de impacto um ano após o seu lançamento. Já são mais de 67 mil pessoas impactadas, com 50% das 92 ações previstas concretizadas, além de 72 projetos já executados e cerca de 38 mil pessoas capacitadas. No total, já são mais de R$ 34 milhões investidos, beneficiando 1.056 famílias e 275 negócios apoiados.

“Eu me orgulho muito de estar num estado que é o primeiro a ter um Plano de Bioeconomia, onde de fato, a nossa estrutura de política pública entendeu qual é o nosso grande potencial, que é pioneiro, é disruptivo, que talvez nunca ninguém tenha feito. É extremamente gratificante estar num Estado e ver que hoje o nosso governo do Estado, a nossa política pública enxerga esse potencial que eu enxerguei lá atrás e que isso pode transformar muito a vida das pessoas que vivem no nosso Estado”, destacou Joanna Martins.

Em novembro deste ano, a Ajinomoto do Brasil, referência na produção de aminoácidos e detentora de marcas como Sazon, Mid e Vono, anunciou uma parceria com a Manioca. A colaboração foi estabelecida no formato de corporate venture capital, criando o primeiro caso de investimento de uma multinacional de alimentos em uma startup da Amazônia, em busca de inovação para produtos mais saudáveis e sustentáveis.

“A Manioca tem inovado bastante, acho que primeiro pelo pioneirismo, a gente é uma empresa que já atua há nove anos nesse ecossistema da bioeconomia, quando ninguém falava sobre bioeconomia. E claro, não é o trabalho só meu, é uma equipe, são jovens também, paraenses que estão fazendo esse trabalho extremamente desafiador, porque o pioneirismo sempre é muito desafiador, mas que de alguma forma a gente tem conseguido alcançar bons resultados. A parceria com a Ajinomoto é algo também pioneiro para o território, porque é a primeira vez que uma startup da Amazônia recebe um aporte financeiro, faz uma parceria com uma grande empresa, então isso tudo mostra que esse caminho da bioeconomia é extremamente promissor, e que a gente, para colher novos frutos, precisa inovar, não dá para a gente ficar querendo mudar a realidade se a gente faz sempre da mesma forma”, explicou a empreendedora.

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