Durante o painel ‘Transição econômica para a Amazônia: desenvolvimento socioeconômico de baixas emissões’, Helder e os outros governadores dos estados da Amazônia estiveram presentes
O governador participou do evento ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima, do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, do governador de Rondônia, Cel. Marcos Rocha, do Governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e do governador de Roraima, Antônio Denarium.
Na ocasião, Helder Barbalho defendeu parcerias e estratégias para iniciativas de mitigação das mudanças climáticas, assim como o papel do Sul e do Norte Global nas reduções das emissões de gases do efeito estufa.
“A presença dos governadores aqui é uma demonstração do compromisso, do interesse, da disposição e da priorização por parte dos estados em fazer com que a Amazônia esteja aqui representada. Há uma percepção de que este processo começa a amadurecer para podermos realizar parcerias. O Estado do Pará mesmo, nesta jornada efetiva, celebra parcerias na rastreabilidade da pecuária. Já firmamos um acordo com o Fundo de Besos e com o Fundo JBS de R$123 milhões para iniciar o processo de da rastreabilidade da cadeia da pecuária no Pará”, destacou Helder.
“A COP tem o objetivo de deixar um legado de infraestrutura para Belém e para a região metropolitana, mas, além disso, também tem um legado que é o mais importante de todos: o ambiental, que não será apenas para o Estado do Pará, mas para toda a Amazônia. Toda a agenda que temos, tem também a obrigação de inserir o legado floresta”, complementou o governador.
Valorização da Floresta
O governador paraense mais uma vez fez um apelo sobre as discussões da COP se voltarem para a floresta e sua preservação. “Precisamos fazer com que floresta tenha valor. E é fato, a floresta só entra na agenda global pelo romantismo da importância da floresta, mas a floresta nunca foi colocada de maneira efetiva, como riqueza necessária à preservação, com consignação ao aspecto social. Em 2019, 2021 e 2022, nas COPs, nós ouvimos falar sobre energia, sobre segurança alimentar, sobre regeneração produtiva, mas não ouvimos falar sobre floresta ou ouvimos falar de maneira periférica. Estou fazendo esse alerta porque nós temos dois anos para, efetivamente, pautar floresta como prioridade, caso contrário, continuaremos sendo apenas cobrados por termos estoque florestal e não seremos os beneficiados por isso”, disse Helder Barbalho.
“O Norte Global deseja que nós sejamos apenas cumpridores do papel da responsabilidade e o Sul Global, que é o detentor da floresta tropical, precisa ter capacidade de liderar este processo”, frisou o governador do Pará.
Mercado de carbono
Sobre mercado de carbono, o governador reforçou a posição dos estados da Amazônia Legal diante do Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados sobre o mercado de carbono no Brasil. “Os Estados da Amazônia não aceitam que retirem os sistemas jurisdicionais dos estados. Não permitirmos que o lobby privado se sobreponha aos interesses dos estados. Não temos preconceito quanto aos privados, tanto que a proposta é que tenhamos as duas situações”, explicou Helder.
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O governador também fez um chamamento para a mobilização de todos em prol da Amazônia.
“Gostaria de fazer esse chamamento a todos nós. Temos uma grande e única oportunidade pela frente, que é nos mobilizarmos pela valoração da floresta viva. Precisamos garantir com que haja mecanismos, políticas e ações para preservarem a floresta cuidando das pessoas a partir da mais importante vocação: sustentabilidade ambiental, social, e sustentabilidade econômica. É a sociobioconomia que deve ser a nova agenda da Amazônia”, finalizou Helder Barbalho.
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal é formado pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, tendo como missão, a promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia, de forma integrada e cooperativa.