17/07/2023 11h13 Por ASCOM
Curso contou com a participação de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores
Criar um plano de ação para a recuperação de áreas degradadas, a partir de um amplo processo de escuta e consulta às comunidades e respeitando as características de cada território. Esse é o objetivo do Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), que levou a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) a concluir, em Marabá, nesta sexta-feira (14), uma sequência de oficinas marcadas pelo diálogo com as comunidades.
A quarta e última oficina regional, que antes passou por Altamira, Santarém e Belém, foi realizada no sudeste estadual, com a ampla e consistente participação dos povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores (PIQCTAFs)
Integrando diversas instituições públicas e privadas, a construção do PRVN conta com a fundamental participação de representantes da sociedade civil. Com o plano, o objetivo do o Governo do Pará é recuperar 5,65 milhões de hectares até 2030, atuando para a recuperação das florestas e demais tipos de vegetação nativa e com contribuições para a redução de emissões líquidas, por meio do sequestro de Gases de Efeito Estufa (GEE).
“O PRVN é importante para nós indígenas, porque é exatamente isso que esperamos do governo, que faça sempre esses encontros para trazermos o nosso modo de viver. As comunidades não são iguais, por isso que esse evento que está acontecendo aqui em Marabá é importante, especialmente para as comunidades indígenas, porque muitas informações das políticas públicas não chegam até as comunidades tradicionais. Então eu peço que todo programa ou encontro venha fazer essa consulta às próprias comunidades tradicionais, para que possamos passar os nossos saberes sobre como recuperar as nossas árvores nativas da nossa região”, pediu Arukapé Suruí, liderança indígena do município de São Geraldo do Araguaia.
Renata Nobre, diretora de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e serviços Ambientais da Semas, destaca a característica de construção coletiva do PRVN. “O plano tem o propósito de incentivar novas metodologias de produção e, principalmente, proporcionar a restauração de áreas degradadas, subutilizadas, que são um grande passivo no nosso estado. Além disso, esse plano também vem promover uma mudança de cultura, trazendo orientação para diversas camadas da sociedade de que existem formas de se desenvolver sem degradar as florestas, partindo de uma premissa muito importante de valorização da floresta e dos povos que habitam esses territórios. Estamos nesse processo de construção de forma muito responsável e participativa, para que possamos trazer informação e para que esse processo também seja co-construído”, ressaltou.