21/06/2023 08h21 Por ASCOM
A pesquisa demonstra que manter a floresta em pé e descarbonizar a economia é uma grande oportunidade – e não um impeditivo – para o desenvolvimento econômico e social da região e do Brasil.
O chefe do Executivo estadual reconheceu que a parceria do governo com instituições científicas, ONGs e sociedade civil permitiu com que o Pará fosse alçado ao protagonismo da discussão ambiental. “Tanta gente que fez disso uma causa de vida e fez do Pará um ambiente propício para receber esse debate. Feliz de ver esta iniciativa voltada a nova economia da Amazônia, já que esse é um dos maiores desafios: consolidar alternativas econômicas de uso do solo e uma porta de saída para a lógica econômica implementada na Amazônia. E essa alternativas precisam abraçar quase 30 milhões de amazônidas que requerem cuidados sociais e oportunidades”, justificou Helder Barbalho.
O governador lembrou que as ações governamentais perpassam inicialmente por comando, controle e fiscalização para combater ilegalidades ambientais e conter o avanço sobre a floresta – mas não pode ser só isso. “Estamos fechando estes primeiros cinco meses e 18 dias de 2023 com redução de 49% de emissão de gases no Pará na comparação com o mesmo período do ano de 2022. Se pegarmos apenas os primeiros 18 dias deste mês de junho e compararmos também ao mesmo intervalo no ano passado, a redução registrada é ainda maior: 69%. Ações de comando e controle têm trazido bons resultados, mas não basta. Daí a importância desse tipo de estudo, que busca alternativas para essa realidade. Temos o desafio de conciliar sustentabilidade ambiental, econômica e social”, reforçou.
Mauro O’ de Almeida afirmou que a Bioeconomia já é um velho conhecido de boa parte dos paraenses e dos amazônidas, já que todos já usamos algum tipo de produto oriundo da floresta, seja para curar um resfriado, um machucado ou para reforçar a imunidade. “Já promovemos a Bioeconomia há muito tempo na Amazônia. Precisamos do resgate dessa ancestralidade e dessa cultura, e é isso o que o Plano Estadual (PlanBio) propõe, com esse olhar para a ciência, tecnologia e proteção ao nosso patrimônio”, pontuou o secretário.
Ani Dasgupta, presidente e CEO do WRI, disse que é fantástico o Brasil liderar essa discussão, e enalteceu a diversidade de olhares e novos conhecimentos que compõem o estudo lançado. “Gostei de algo que foi dito sobre o fato de que estarmos falando de uma economia que, na verdade, já existe, mas que agora exige uma colaboração maior. A floresta em pé será mais valiosa do que no chão, e em dois anos [referindo-se a COP 30, em 2025] acredito que o governador não vai apenas falar sobre nova economia, mas estará liderando-a”, finalizou.
Sobre – O estudo Nova Economia da Amazônia foi liderado pelo WRI Brasil e The New Climate Economy e realizado em parceria com mais de 70 pesquisadores de várias regiões do país e organizações como Universidade Federal do Pará (UFPA), USP, UFRJ, UFMG, Ipam, Idesam, Uma Concertação pela Amazônia, Center for Climate Crime Analysis (CCCA) e Associação Contas Abertas.
A pesquisa foi realizada com apoio financeiro do Instituto Clima e Sociedade (iCS), Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca, Ministério Federal do Meio Ambiente, Proteção da Natureza, Segurança Nuclear e Proteção do Consumidor da Alemanha (BMU), Instituto Arapyaú, Good Energies Foundation e Climate and Land Use Alliance (CLUA).
A partir de uma combinação inédita de dados e modelos econômicos, o relatório demonstra que a promoção de atividades livres de desmatamento e de baixa emissão de carbono levaria a um crescimento maior, mais qualificado e inclusivo até 2050, contribuindo para reverter a trajetória de degradação que está levando a floresta a um ponto de não retorno.
O WRI Brasil é um instituto de pesquisa que transforma grandes ideias em ações para promover a proteção do meio ambiente, oportunidades econômicas e bem-estar humano. Atua no desenvolvimento de estudos e implementação de soluções sustentáveis em clima, florestas e cidades. Alia excelência técnica à articulação política e trabalha em parceria com governos, empresas, academia e sociedade civil.
O WRI Brasil faz parte do World Resources Institute (WRI), instituição global de pesquisa com atuação em mais de 50 países. O WRI conta com o conhecimento de aproximadamente 1700 profissionais em 12 escritórios internacionais, entre eles Brasil, China, Estados Unidos, Europa, México, Índia, Indonésia e África.