21/03/2023 15h05 | Atualizado em 21/03/2023 15h12 Por ASCOM
Incentivos do Governo do Pará apoiam negócios sustentáveis que valorizam a bioeconomia regional
A valorização e a divulgação da gastronomia paraense e a apresentação delas para o Brasil e para o mundo são tradição na família da empresária Joana Martins, que gerencia uma indústria sustentável, em Belém. O negócio da Joana tem 27 funcionários e comercializa 24 produtos, destes 50% são produzidos a partir da mandioca.
“Eu nasci e cresci neste meio e, dentro do restaurante, o tucupi sempre foi um produto muito valorizado, muito especial, porque ele é uma das principais estrelas da nossa culinária. Foi a partir dele que a minha relação com a mandioca começou”, lembra Joana.
As experiências empreendedoras colocaram o tucupi no mercado nacional. O pioneirismo no processo de industrialização dele fizeram com que ela desenvolvesse tecnologia e aprofundasse conhecimento para ter um produto mais seguro e durável.
“Foi a partir de todo esse trabalho, que eu comecei a me especializar e a estudar cada vez mais a mandioca, com um enfoque maior no tucupi, mas também entendendo todas as suas variantes e subprodutos possíveis, especialmente dos processos tradicionais na Amazônia, que são únicos e pouco difundidos/conhecidos pelo Brasil, passando a dar aula e palestras sobre o tema”, reforça a empresária.
A variedade desse sabor típico da Amazônia em preparações culinárias chama atenção. Mais de 20 ingredientes alimentícios são feitos a partir da mandioca. Além dos alimentos tradicionais, ela também é usada em produtos ultraprocessados como maltodextrina e amido modificado, e de outros segmentos industriais. Apesar da grande importância econômica e social, muitos paraenses conhecem essa diversidade.
“No caso de alimentos, acredito que os principais exemplos disso, a nível nacional, são a tapioca, o sagu e o pão de queijo, que pra mim, é o exemplo mais emblemático disso, pois levam o nome de um ingrediente que é muito menos importante na sua composição do que o polvilho de tapioca, que é o seu principal ingrediente. A maioria das pessoas que comem pão de queijo não sabe que ele é majoritariamente mandioca. Isso faz com que a mandioca seja invisível e, por isso, muito pouco valorizada em nosso país, apesar de sua grande importância econômica e cultural.”
Sustento familiar que respeita a natureza – A recente parceria firmada com a Associação de Produtores Orgânicos de Boa Vista, no município de Acará, no nordeste paraense, demonstra incentivo sustentável com a cadeia dos alimentos produzidos a partir da biodiversidade amazônica.
A associação emprega 52 pessoas, entre elas, dona Maria do Rosário de 71 anos. A agricultora aprendeu cedo o trabalho na roça. Ainda criança, ia com os pais para as plantações de mandioca da família. A longa experiência no campo se aperfeiçoou nos últimos anos.
“Na época em que me criei e criei meus filhos, ainda usava o fogo para preparar o terreno. Eu não tinha noção que vinha esse ensinamento pra gente, de como lidar com a terra sem queimar”, compartilha a agricultora.
O que a trabalhadora aprendeu foi uma forma de sustentar a família respeitando a natureza. Um conceito prático de bioeconomia, modelo econômico do futuro, que vem sendo incentivado pelo Governo do Pará. “Acredito que os avanços e incentivos do Governo do Pará são fundamentais e primordiais para que o trabalho na minha empresa, e de muitos outros negócios como o meu, que seguem um modelo de geração de lucro em equilíbrio com o impacto social e ambiental, olhando para muito além do lucro financeiro, sejam viáveis”, reforça Joana Martins.
Incentivo – O Estado apoia negócios sustentáveis que valorizam a bioeconomia regional, um trabalho que valoriza a cultura, leva conhecimento e assistência técnica, gera emprego e renda para povos tradicionais, e estrutura uma série de políticas públicas com o objetivo de manutenção da floresta viva.
“A Política Estadual de Mudanças do Clima (PEMC) e, a partir dela, o Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), que busca endereçar as emissões de gases de efeito estufa a partir da redução do desmatamento, e o Plano de Bioeconomia, que possui 92 ações e que já estão com iniciativas implementadas, tem o propósito de buscar uma nova matriz econômica com soluções baseadas na natureza. Valorizam a floresta, as pessoas que vivem nela, a ancestralidade que carregam e, junto a isso, a preservação do meio ambiente”, ressalta Mauro O’ de Almeida, secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará.