15/11/2022 16h03 | Atualizado em 16/11/2022 12h10 Por ASCOM
Helder Barbalho destacou que o mundo pode esperar um novo momento político e institucional com o protagonismo do Brasil na proteção ambiental
No evento que discute a implantação de ações concretas para mudar o futuro do planeta, o governador do Pará, Helder Barbalho, participou na tarde desta terça-feira (15) do painel “O Brasil pode ser um líder climático global novamente? O papel da Amazônia nas emissões líquidas zero do Brasil”, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). O painel é uma das agendas oficiais da 27ª edição da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 27), que ocorre até a próxima sexta-feira (18) na cidade de Sharm El Sheikh, no Egito.
Governador Helder Barbalho durante o painel que discutiu o papel da Amazônia nas emissões líquidas zero do BrasilFoto: Divulgação / Agência ParáDados da ONU revelam que o Brasil é o 6º maior emissor de CO2, e a metade do desmatamento registrado no mundo está na Amazônia. O Pará é o estado que mais emite Gases Efeito Estufa (GEE). Por isso, uma ação urgente para reinserir o Brasil na geopolítica climática global foi apresentada durante o painel por diferentes vozes multissetoriais, enfatizando o combate ao desmatamento e a promoção do desenvolvimento sustentável no País.
Participaram como painelistas Andreas Dahl Jørgensen, diretor do NICFI (Norway’s International Climate & Forest Initiative); Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); o governador do Pará e representante do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, Helder Barbalho; Marina Ferro, gerente Executiva do Instituto Ethos, e Renata Piazzon, diretora do Instituto Arapyaú e representante da Concertação Amazônia.
O governador paraense destacou que o mundo pode esperar um novo momento político e institucional. Momento em que o Brasil apresenta oportunidade singular, consorciando força e boa experiência dos Estados subnacionais, somadas aos esforços que a sociedade civil vem exercendo na agenda do clima, para unir-se ao Governo Federal na construção de uma política coletiva, na qual todos possam efetivamente alçar o Brasil ao protagonismo da agenda climática mundial.
Diálogo – “Nos últimos quatro anos, o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal (presidido pelo governador do Amapá, Waldez Góes) experimentou um papel fundamental de construção do diálogo com países, instituições públicas e privadas, que permitiu com que o Brasil não estivesse no isolamento climático, tendo o Consórcio sido um protagonista do diálogo da região Amazônica Brasileira com a agenda climática global”, ressaltou Helder Barbalho.
Essa iniciativa permitiu com que os Governos Subnacionais construíssem suas agendas locais, se apresentando ao mundo, porém sempre priorizando a interlocução com o governo brasileiro. E a partir do novo momento da eleição do novo presidente, a União passou a ter um aliado importante, trazendo o Executivo Federal para o centro das ações de liderança nacional da agenda do clima.
Helder Barbalho destacou o momento de recuperação da credibilidade política e da liderança global pelo governo brasileiroFoto: Divulgação / Agência Pará“O gesto do presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) de aceitar o convite do Consórcio dos Governadores da Amazônia, e fazer da sua primeira viagem internacional a vinda à cúpula do clima em Sharm El Sheikh, reafirma o posicionamento do Brasil para essa agenda. Isto alimenta em todos nós a esperança e a expectativa de que a credibilidade política e a liderança global já experimentadas pelo presidente Lula quando esteve à frente do governo brasileiro, permitirá ao Brasil estar efetivamente construindo as soluções climáticas, se tornando o protagonista central para os temas ambientais”, completou o governador do Pará.
Ainda segundo Helder Barbalho, “a partir disto temos a obrigação de usar deste ativo para apresentar ao mundo um olhar do Brasil para a agenda climática, conciliando ações efetivas de combate às ilegalidades ambientais, de cumprimento das metas de redução e de carbono neutro para o nosso País, e por outro lado atuar nas construções de sustentabilidade que nos permitam conciliar as atividades existentes no Brasil de uso da terra para a transição de economias de baixo carbono e utilização da floresta como um ativo ambiental, seja com a bioeocnomia, seja com sequestro de carbono e utilizações adequadas ao meio ambiente”, finalizou.
Race to zero – O Pará aderiu ao acordo de adesão do Estado à campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), movimento das Nações Unidas para conter o aquecimento global. O Race to Zero é uma iniciativa global para reunir lideranças com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050.
A adesão à campanha da ONU está diretamente alinhada à Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC, Lei Estadual nº 9.048/2020) e ao Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA, instituído pelo Decreto Estadual nº 941/2020). Com o objetivo de mudar o panorama da agenda climática no Estado, o plano está alinhado à Política Estadual sobre Mudanças Climáticas como incentivo a atividades que promovam a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa; prevenção; controle; apresentação de alternativas ao desmatamento e estratégias ambientais, econômicas, financeiras e fiscais para proteção ambiental. As ações devem tornar o Pará um estado “Emissor Líquido Zero” a partir de 2036, 14 anos antes da meta global.