12/01/2022 16h04 | Atualizado em 12/01/2022 16h05 Por ASCOM
No dia do aniversário de 406 anos da fundação da cidade de Belém, nesta quarta-feira, 12 de janeiro, vários quelônios foram devolvidos ao habitat natural, na praia da ilha de Jutuba, no distrito de Outeiro, em Belém. A ação foi realizada por agentes de fiscalização ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) em parceria com a Funbosque – Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque, em Outeiro, onde os bichos foram reproduzidos e criados.
Os técnicos da Gerência de Fauna e Recursos Pesqueiros (Gefau) estiveram na ilha, onde foram soltos 83 quelônios: 17 da espécie tracajá (podocnemis unifilis), 62 tartarugas da amazônia (podocnemis expansa), e três peremas (rhinoclemmys punctularia). A escolha da ilha Jutuba, para soltura, é motivada pela área ter tradição da presença deles em fases de desova.
Entre janeiro de 2021 até hoje, esta é a terceira soltura na mesma praia de Jutuba. Ano passado ocorreu a primeira, no mês de janeiro, quando foram soltos 61 indivíduos, entre tartarugas da Amazônia, peremas e tracajás. Na segunda oportunidade, em julho, andaram em direção ao rio Pará, habitat natural, 61 tracajás.
A engenheira ambiental, Karla Leite, e o agrônomo, Patrick Quintela, da Diretoria de Fiscalização da Semas, afirmam que a soltura dos quelônios tem importância para o meio ambiente e também ao desenvolvimento da educação ambiental entre a população. “A relevância da soltura não está só na inclusão dos animais na natureza, mas também na conscientização dos moradores da localidade, para preservação dos animais visando às futuras gerações”, pontua Patrick.
Os quelônios podem reproduzir duas vezes ao ano e colocar até 30 ovos em cada ninhada. Além dos predadores naturais, que ameaçam os espécimes, existe a ação ilegal dos homens, que caçam os animais ou pegam irregularmente os ovos nos ninhos.
Segundo a veterinária Jade Yasmin, da Escola Bosque, a soltura na fase jovem é positiva para que os animais adaptem-se até a fase reprodutiva. “A fase onde nasceram e permaneceram na Escola Bosque é muito importante para que ganhem estrutura, para adaptação nessa nova fase, no habitat natural”, avalia a veterinária.
Moradora da ilha de Jutuba, Rosa Albuquerque, 76 anos, disse que a proteção ambiental é muito importante. “Temos consciência da necessidade da preservação ambiental para nossos filhos e netos, mas também precisamos de limpeza da praia para os animais não ficarem engatados no lixo trazido pelo rio, de fornecimento de água potável, e apoio da polícia fluvial, para atendermos melhor os visitantes”, solicita.
Estudante do 5º ano, do ensino fundamental, na Escola Vitória, da ilha de Outeiro, Gennyson Quaresma, com um exemplar de quelônio na mão, pronto para soltá-lo no rio, explicou: “gosto de soltar os bichos com carinho, eles merecem”, resumiu.