04/12/2021 14h18 | Atualizado em 04/12/2021 16h02 Por ASCOM
O Fórum Estadual de Combate aos Impactos do Uso de Agrotóxicos ocorreu nesta sexta-feira (3), nas dependências do Ministério Público do Pará (MPPA), com a finalidade de proporcionar, em âmbito estadual, o debate das questões relacionadas ao tema, para gerar atitudes concretas, ações voltadas à boa utilização dos recursos naturais e da qualidade alimentar. A Secretaria de Meio Ambiente é Sustentabilidade (Semas) participou do evento dando destaque à agricultura familiar no estado.
Nesse encontro, realizado em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Uso de Agrotoxicos, também estiveram presentes, além da Semas e do MPPA, outras instituições públicas e da sociedade civil que atuam nessa área. Entre elas, as universidades federais do Pará (UFPA) e a Rural da Amazônia (Ufra), a Agência de Defesa Agropecuária (Adepara), Laboratório Central do Estado (Lacen), Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia (Crea), Federação dos trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e outros representantes interessados na solução dos problemas identificados nessa atuação dos agrotóxicos, para abastecimento, nutrição e saúde da população.
O engenheiro agrônomo, técnico em gestão do meio ambiente, da Semas, Valto Santana Júnior, explanou sobre Agricultura Familiar Um Passo para a Segurança Alimentar. O técnico demonstrou preocupação com o êxodo rural entre os mais jovens, diminuição de postos de trabalho nessa atividade no campo, com o crescimento da monocultura. “Setenta e sete por cento da oferta de alimentação vêm da agricultura familiar e o agricultor familiar vende suas propriedades ao agronegócio, que produz para exportação. Há necessidade de assistência técnica e aquisição dos produtos pelo Programa Estadual de Aquisição de Alimentos, pela rede pública de ensino, para merenda escolar”. Ele citou ainda o exemplo da Semas, que promove mensalmente a Feira da Agricultura Familiar, como um bom exemplo a ser seguido de incentivo à produção familiar.
Olganeth de Oliveira, também engenheira agrônoma da Semas, deu continuidade ao tema expondo a Agricultura de Baixo Impacto, com ênfase em alternativas, ações voltadas à redução do uso de agrotóxicos e diminuição da emissão de gases de efeito estufa, com utilização de técnicas de baixo impacto, como a Agricultura Verde, de baixo carbono, de baixos efeitos danosos ao solo, aos recursos hídricos, aos recursos naturais.
A engenheira reforçou temas debatidos na recente COP26, na Escócia sobre mudanças climáticas, avanço do desmatamento. Disse que boas práticas também passam pela regularização ambiental do pequeno produtor, com o Cadastro Ambiental Rural, e que a Semas está habilitando os municípios para ficarem aptos a esse trabalho. “A rotação da cultura favorece a produtividade, com plantio diversificado; defensivos tipo extrato de alho, a própria urina do gado e outros produtos naturais também podem ser usados com controle biológico das pragas; agroecologia, com agricultura orgânica, para recuperação do solo, compostagem para fertilização da terra e outras alternativas amenizam os impactos e devem ser utilizadas, como propostas e aprovação dos agricultores”, conclui.
Simpoagro – O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, participou como palestrante da 5ª edição do Simpoagro, realizado nos últimos dias 1 e 2 de dezembro. Este evento promovido pelo Programa de Pós-graduação em Agronomia (Pgragro), da Universidade Federal Rural da Amazônia, acontece anualmente e é considerado o maior simpósio de pesquisa, inovação e empreendedorismo em agronegócios da Amazônia. Rodolpho Zahluth Bastos palestrou sobre “Mudanças climáticas e desdobramentos sobre o agronegócio: ações do Programa Regulariza Pará” dentro da Seção “Cadeias produtivas do Agro e mitigações de mudanças climáticas”.