Semas leva educação ambiental para ribeirinhos da ilha do Murutucum

16/09/2021 15h18 | Atualizado em 16/09/2021 15h18 Por ASCOM

Semas leva educação ambiental para ribeirinhos da ilha do Murutucum

Moradores participaram de uma oficina de reciclagem de óleo de cozinha

Na atividade da “teia”, os participantes contam um pouco de suas vidas e suas principais dificuldades. Foto: Ascom/Semas

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) promoveu, na manhã desta quinta-feira (16), uma oficina de reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabão caseiro na Comunidade do Cacau, na ilha do Murutucum (Região Metropolitana de Belém). A atividade conduzida por técnicas da coordenadoria de Educação Ambiental da Secretaria contou com a participação da comunidade local.

A ação começou com uma palestra sobre conscientização ambiental sobre os danos causados ao meio ambiente pelo descarte irregular do óleo de cozinha e mostrou às participantes como reaproveitar o produto. Depois da conferência, o grupo participou de uma aula prática para aprender a técnica de reciclagem do óleo de cozinha para produção de sabão. Durante a demonstração, as servidoras da Semas deram informações sobre o material utilizado, como máscara, luvas, balde de plástico, crivo, forma, soda cáustica e essência. Um litro e meio de óleo de cozinha foi reciclado na apresentação.

Durante o preparo, a soda cáustica é misturada a meio litro de água e, em seguida, é adicionado o óleo já coado. A substância é misturada até ficar pastosa e ser despejada na forma. Após 30 dias, o produto está pronto para uso doméstico, não sendo indicado para o uso pessoal. A moradora Ana Maria gostou da oficina devido à oportunidade de aprender a produzir um produto que poderá usar e comercializar. “Eu achei muito boa essa oficina de sabão, porque às vezes a gente não tem e aí serve também para a gente utilizar. Pode aprender a fazer para usar e também para vender.”

Um público de 14 mulheres assistiu a oficina. Foto: Ascom/Semas

Waldilene Garcia, gerente de Articulação e Difusão da Educação Ambiental da Semas, afirma que a oficina poderá ajudar a melhorar a qualidade da água usada pelos moradores da ilha. “Elas vieram aprender a fazer uma economia, a gerar renda com a produção de sabão e, principalmente, dar uma destinação adequada para este resíduo que causa muito impacto ao meio ambiente. A destinação adequada desse óleo vai melhorar a questão hídrica. Este descarte irregular prejudica ainda mais a qualidade da água usada pelos moradores. Como eles não têm água encanada, todo óleo que é gerado é descartado diretamente no rio e é do rio que eles utilizam a água para tomar banho, para fazer sua alimentação. Isso acaba impactando a qualidade desta água.”

Foto: Ascom/Semas

Alessandra da Cruz, moradora da ilha, também gostou da oficina de produção de sabão. “Achei útil essa oficina. Acho que pode melhorar a qualidade da nossa água se a gente jogar menos óleo aí no rio.”O descarte incorreto do óleo de cozinha traz diversos prejuízos ao meio ambiente. Ao ser jogado na pia da cozinha, o óleo entope a tubulação residencial e a rede pública de esgoto após sedimentar, causando diversos transtornos e prejuízos. Quando ele é descartado de maneira incorreta, pode contaminar o solo e torná-lo impermeável, diminuindo a sua capacidade de absorver as chuvas e causando enchentes.

Foto: Ascom/Semas

A decomposição do óleo produz gás metano (CH4), um dos principais gases causadores do Efeito Estufa. Apesar de ser um importante agente de degradação do meio ambiente, apenas 1% do óleo de cozinha é reciclado atualmente. Por outro lado, o óleo de cozinha pode ser reutilizado para a produção de biodiesel, ração para animais, fabricação de detergentes, glicerina, tinturas, e sabão caseiro. Além de reduzir a poluição do solo, da água e da atmosfera, atendendo objetivos de desenvolvimento sustentável, o descarte adequado do óleo também gera renda familiar e de redes de cooperativas comunitárias. Um litro e meio do líquido gera até nove barras de sabão.

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