10/09/2021 17h03 | Atualizado em 10/09/2021 17h06 Por ASCOM
Técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) participaram nesta sexta-feira (10) de uma palestra de capacitação em projetos de aterros sanitários com o consultor do Banco Mundial, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), entre outros órgãos governamentais e empreendimentos privados, o engenheiro geotécnico, Luis Sergio Akira Kaimoto que falou sobre o descarte de resíduos sólidos, um dos principais temas atualmente em debate na gestão do desenvolvimento sustentável.
“Quando se fala em resíduos, muitas vezes as pessoas acham que é o resto. Muito pelo contrário, tem uma importância socioambiental de saúde pública que é fundamental, indissociável para todas as ocupações urbanas, populacionais, que geram dejetos. A qualidade sanitária é fundamental para a saúde pública e social também”, afirma Kaimoto.
O Brasil gera cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos por ano, o que corresponde a cerca de 3 mil campos do estádio Maracanã. Há 30 anos, mais de 80% dos resíduos eram encaminhados a lixões, mas nas últimas décadas, o Brasil desenvolveu e construiu sistema de tratamento de resíduos reconhecido como um dos mais desenvolvidos e seguros do mundo, o aterro sanitário. Hoje, cerca de 60% dos resíduos do país, ou seja, mais de 50 milhões de toneladas descartadas por ano, já têm condição segura para o meio ambiente. No entanto, mais de 3 mil lixões ainda existem no Brasil. “O aterro sanitário, ao contrário do lixão, foi criado justamente para ser um instrumento que proteja cada um desses aspectos ambientais, para que esse lixo seja imediatamente e ininterruptamente coberto. No aterro sanitário é feita a impermeabilização de todas as superfícies que podem entrar em contato com os resíduos. Os líquidos e os gases decorrentes são drenados e esses gases geram energia limpa e renovável. Cada aterro de grande porte tem potencial abastecer 600 mil habitantes.”
O diretor de licenciamento ambiental da Semas, Marcelo Moreno, afirma que as informações do debate garantem subsídios para os processos de análise de empreendimentos realizados pela secretaria. “Toda e qualquer troca de experiências entre a equipe técnica e empreendedores e consultores, personalidades de instituições de pesquisa e de ensino é muito salutar, porque essa atualização de conhecimentos faz com que nosso corpo técnico passe a acessar novos conceitos, novas tecnologias, e que passam a fazer parte do nosso rol de instrumentos de análise interna. Então, é importante este tipo de palestra com uma personalidade que é uma referência na área, porque ele traz uma visão de quem tem todo o conhecimento sobre a determinada atividade. E essa atividade que é licenciada por nós precisa de todos os cuidados com os critérios técnicos, precisamos de todo o detalhamento de informações para realizar uma análise bem criteriosa, porque não estamos tratando de algo simples, é uma análise bastante complexa.”
Segundo o engenheiro, a sociedade deverá investir cada vez mais em aterros sanitários para solucionar a problemática do descarte de resíduos gerados pelos centros urbanos, em substituição aos lixões. “É importante aqui para o Pará essa visão de responsabilidade. Temos que ser sementes e precursores dessa postura onde for necessário. Hoje, o país ainda tem 60% dos seus municípios com lixão. Tem mais de 3 mil lixões espalhados pelo país, então nós ainda temos o que se fazer. Por isso acho que essa reunião é fundamental. É uma semente, essa é a melhor coisa que se pode fazer, construir ideias, construir posturas.” Kaimoto explica ainda que, devido à dimensão do país, a engenharia dos aterros sanitários deve ser específica para cada região.