07/07/2021 16h08 | Atualizado em 07/07/2021 16h23 Por ASCOM
_ O consumo desenfreado destes materiais e o descarte inapropriado geram poluição do solo, água e ar_
Julho Sem Plástico é uma campanha que começou no Reino Unido em 2011 e que se espalhou pelo mundo. No Brasil, a tag #julhosemplastico tem sido usada como um apelo à população para evitar a utilização desse material poluente e não descartá-lo de forma inadequada no meio ambiente.
No Pará, a orientação aos veranistas para o descarte adequado será realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará(Semas), em parceria com a entidade que comanda as ações da Remada Tenda Verde nos balneários do nordeste paraense. A coleta seletiva vai ser enfatizada entre os turistas, comerciantes e habitantes.
Segundo a gerente de Programas e Projetos de Educação Ambiental, Edira Vidal, a preocupação é manter a beleza cênica dos espaços, a segurança dos usuários nesses espaços de lazer e dos animais que circulam ou habitam nesses ecossistemas. De acordo com a gerente, os resíduos deixados nesses ambientes descaracterizam e desequilibram essas localidades, atraindo animais vetores de doenças, além da sujeira deixada nesses ambientes. Existem ainda os resíduos perfurocortantes como latas, vidros e os de longa durabilidade como os sacos plásticos, pets e outros.
“A parceria com prefeituras, instituições governamentais e não governamentais (Ongs), cooperativas e comunidades, para o reaproveitamento desses resíduos. A grande preocupação com a complexidade dos problemas ambientais é latente. Portanto, o trabalho de sensibilização da população através da Educação Ambiental, é, e será o referencial para a redução do descarte inadequado desses resíduos, incluindo o plástico”, afirma Edira.
O engenheiro de pesca da secretaria, Luciano Gomes, explica que camarões ingerem microplástico e ficam com a sensação de estarem saciados e a consequência é a morte por falta de alimentação. “É comum encontrar plástico nos estômagos das tartarugas e dos peixes, que confundem a alimentação Água-Viva, com o material poluente e engolem o produto, que não apenas poluem as águas, mas prejudicam toda a vida aquática”, resume.
A bióloga da Semas, Mary Anne Gama, avalia que a problemática relacionada aos resíduos sólidos se intensificou com o uso indiscriminado de objetos descartáveis de diferentes tipos de materiais, como sacolas, copos e canudos plásticos, garrafas pet, latinhas, garrafas de vidro e outros materiais. “O consumo desenfreado destes materiais e o descarte inapropriado geram poluição do solo, água e ar. Essa poluição contribui com a morte de diversas espécies de plantas e animais, além de prejudicar a saúde e a qualidade de vida das pessoas. A solução para essa situação é a implementação de aterros sanitários, coleta seletiva regular e reciclagem. A diminuição do consumo de produtos descartáveis e a promoção da educação ambiental contribuirão para a sensibilização da população”, indica a bióloga.
Lei
O uso de canudos de plástico está proibido no Pará desde 24 de março deste ano, com a publicação da Lei n° 9.229, pelo governo do Estado, que obriga o uso e fornecimento de canudos de papel biodegradável e reciclável por restaurantes, bares e lanchonetes. O canudinho ecológico também será obrigatório em outros estabelecimentos que vendem bebidas, como barracas que funcionam em praias, praças e feiras, assim como por vendedores ambulantes. Os estabelecimentos têm prazo de 180 dias, a partir da entrada em vigência da lei, para se adequar às novas normas.