A Oficina de Economia Doméstica em Rede Comunitária desenvolvida no bairro do Bengui teve continuação nesta quarta-feira (23) na Escola Marilda Nunes. A parte prática da oficina, que ensina a produzir sabão a partir do óleo de cozinha usado, foi demonstrada didaticamente em cada uma de suas fases, com estímulo ao armazenamento do óleo, evitando o descarte incorreto no meio ambiente.

O trabalho realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) integra o Programa Territórios pela Paz (TerPaz) do Governo do Estado, que leva à população de sete bairros da Região Metropolitana de Belém, com vulnerabilidade social, ações de cidadania e de contenção da violência.

No início da oficina, a técnica da Semas, Ivonete Ribeiro, fez uma sensibilização voltada para questões gerais do dia a dia da comunidade, dando enfoque para a produção dos resíduos sólidos, conservação do uso da água, economia de energia elétrica, coleta seletiva do lixo e outras ações que fazem parte do cotidiano no bairro. “Essas questões estão todos os dias diretamente na vida das pessoas, são problemas ambientais que podemos amenizar tendo mais atenção, para evitar desperdícios. O óleo de cozinha também é usado diariamente”, confirma.

Moradores do bairro e servidores da escola também foram informados, pelos técnicos da Semas, sobre os problemas causados pelo descarte irregular do óleo de cozinha, como entupimento de tubulações, atração de animais vetores de doenças e outros distúrbios causados à população, pelo descarte irregular. Os materiais, os produtos e as etapas necessárias para a transformação de óleo de cozinha usado em sabão caseiro também esteve na pauta da oficina.

Receita – O material listado aos participantes inclui máscara, luvas, balde de plástico, crivo, forma, soda cáustica, essência e 1 litro e meio de óleo. As etapas consideram misturar soda cáustica em ½ litro de água e depois adicionar no óleo de cozinha coado e mexer até ficar pastoso e, no final, despejar na forma. Aguardar cerca de 30 dias para curar o produto.

Andreia Monteiro, coordenadora de Educação Ambiental, disse que é importante analisar essa questão ambiental. A reutilização do óleo na produção do sabão promove uma economia doméstica, pode gerar renda e evita poluição. “A reciclagem do óleo contempla valores ambientais, sociais e até econômico, com geração de renda na venda. Devemos contribuir multiplicando o conhecimento, para evitar danos ao meio ambiente, que atingem a todos”.

A funcionária da Escola Santa Bárbara, no bairro, Gorett Farias, disse que já participou de outras oficinas voltadas à preservação do meio ambiente. “Esse aprendizado vai ser muito útil. Vou falar com a vizinhança, pra fazer uma produção coletiva na comunidade, cada um armazena o óleo que pode na sua casa para produção do sabão. Na escola, também é possível falar com os pais dos alunos para fazerem estoque do óleo. Além de tudo, vamos proteger o ambiente em que vivemos”, planeja.

A dona de casa, Elizabeth Senas, falou sobre o comportamento inadequado de alguns vizinhos na rua onde mora, jogando lixo no canal, incluindo cadeiras de plástico, colchões e até equipamentos eletrodomésticos. “Agora, tem uma cooperativa que está comprando cadeiras de plásticos e outros materiais para reciclagem. Isso é muito bom para quem vive, como eu, perto de canal e enfrenta alagamentos nas ruas”, atesta a moradora.

A oficina prossegue no Bengui na quinta-feira (24), com a oficina de compostagem, com aproveitamento de resíduos orgânicos, restos de alimentação, cascas e caroços, para adubar plantas em vasos, quintais, jardins e outros espaços. Na sexta-feira (25), a oficina contará com o apoio do Instituto Alachaster, que vai proferir palestra sobre sustentabilidade e instalar o Eco Ponto, para recebimento de garrafas Pets, vidros, plásticos e papéis da comunidade, destinados para reciclagem.