17/06/2021 09h33 | Atualizado em 17/06/2021 10h28 Por ASCOM
“O nosso principal objetivo com esse painel é trazer reflexão sobre a questão da bioeconomia nas cidades amazônicas. Esse não é um tema muito discutido, e esses espaços servem para aprofundarmos as discussões, e nos sentirmos agentes transformadores de sistemas. Acreditamos, por exemplo, que a escuta empática da sociedade torne possível o desenho de políticas públicas mais eficientes e customizadas para a realidade de nossa região. É importante entender, também, o recorte que queremos da bioeconomia para a nossa realidade, em cima dos nossos problemas e questões sociais e culturais”, disse Camilla Miranda, gerente de Mudanças Climáticas da Semas.
Atualmente, mais da metade da população mundial reside nas cidades, resultado de um processo de urbanização cada vez mais intenso, que ocorre há décadas. O Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (Oics) surge no momento em que governos locais e nacionais são convocados a agir para garantir a transição para um ambiente sustentável.
“O Observatório é uma plataforma virtual de mapeamento e divulgação de soluções urbanas inovadoras. O nosso papel é inspirar as pessoas, e nós temos essa plataforma que monitora, organiza e exibe soluções sustentáveis e inovadoras contextualizadas no território nacional por meio de tipologias de cada cidade e região. Temos que mostrar os caminhos e replicar a inovação e, por fim, fomentar as políticas públicas para auxiliar os gestores em suas tomadas de decisões”, explicou Marco Lobo, coordenador do Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis.
Meta – Ilan Cuperstein, diretor Regional da América Latina da Rede-C40, disse que o Brasil tem mais de 5.500 municípios e as grandes cidades superam os 6% das emissões de gases do efeito estufa do planeta, tornando o País em um dos dez maiores emissores. Ele destacou ainda a importância de seguir bons exemplos de desenvolvimento sustentável. “No Brasil, a Rede C40 atua nas grandes principais cidades, Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR) e Salvador (BA). Essas cidades são membros da Rede, e as nossas estratégias são pensadas em impulsionar ações significativas e mensuráveis para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Nós temos uma meta muito ambiciosa, que é evitar que o aquecimento da Terra chegue a dois graus centígrados. Dentre as nossas principais ações posso destacar o não uso das energias a partir de combustíveis fósseis, fazer o uso de transporte elétrico ou com fontes renováveis, além de expandir a quantidade de áreas verdes. Trazer esse tema para um debate mostra esses novos paradigmas para a bioecomonia. A gente precisa de um plano para mudar a realidade das mudanças climáticas. Mas para que isso aconteça temos que seguir o principal ponto de transformação social, que é ouvir a população”, concluiu o diretor.
Os webinários prosseguem até próximo ao período do Fórum, abordando temas diversos relacionados à bioeconomia.
Referência – O Pará sediará, entre os dias 18 e 20 de outubro, na capital, o Fórum Mundial de Bioeconomia (FMB), que ocorrerá, pela primeira vez, fora da cidade de origem, Ruka, na Finlândia. Porta de entrada para a Amazônia, ecossistema único e fundamental para o meio ambiente do planeta, Belém reunirá palestrantes e especialistas de vários países em torno do desenvolvimento sustentável e das potencialidades regionais, sendo palco do debate que é referência mundial no tema.
O Fórum Mundial de Bioeconomia se tornou itinerante para adequar seus debates às características típicas de cada região do planeta, a fim de propor modelos de produção sustentável adequados à realidade local e dar voz a pesquisadores e aos povos da floresta. O evento terá quatro eixos temáticos: “A Bioeconomia: Pessoas, Políticas do Planeta”, “Líderes globais e o mundo financeiro”, “Bioprodutos ao nosso redor” e “Olhando para o futuro”.