09/06/2021 10h03 | Atualizado em 09/06/2021 10h03 Por ASCOM
Manejar é manter a floresta em pé. E é com esse pensamento que atores do segmento florestal da Amazônia se reuniram nesta terça-feira (08), no canal do Governo do Pará no youtube, para discutir uma agenda positiva para o manejo florestal sustentável na Amazônia.
O objetivo foi o de promover o diálogo de forma conjunta e traçar as estratégias para o desenvolvimento sustentável. Mediada pela diretora de Gestão dos Núcleos Regionais de Regularidade Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Ayamy Migiyama, a live contou com a participação do gerente florestal do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Leonardo Sobral; Jorge Silveira, diretor de Gestão de Florestas Públicas para Produção Sustentável do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio); Jakeline Viana, coordenadora do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental – CIMAM da Semas.
“O manejo florestal nada tem a ver com o desmatamento, se alguma atividade leva ao desmatamento, sem dúvida não é o manejo florestal, tão pouco o manejo florestal sustentável, uma vez que essa atividade depende da floresta. A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará trabalha o controle dessa prática desde o início do licenciamento até a execução”, explicou Jakeline.
O manejo florestal sustentável para exploração dos produtos florestais é realizado em Unidades de Manejo Florestal (UMF) concedidas. As UMFs são divididas em Unidades de Produção Anual (UPA). Essas áreas são manejadas anualmente, uma por vez, o que permite a atividade econômica em torno da exploração de madeira de forma sustentável.
“Após o ano de produção os recursos são recolhidos e são repartidos, sendo que 30% são repasse obrigatoriamente para os municípios onde as florestas estão, esses recursos servem para serem reutilizados em processos de produção sustentável. É um processo cíclico, sustentável”, explica Jorge Silveira, Diretor de Gestão de Florestas Públicas de Produção Sustentável do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio).”A concessão florestal é uma forma de garantir que as áreas de florestas públicas permaneçam sempre públicas e sempre florestas”, ressaltou.
O estado do Pará tem quase 70% da sua área coberta por floresta e a produção de madeira em tora gira em torno de 3 milhões de metros cúbicos de madeira em tora por ano, sendo o estado com maior percentual de exportação. “Isso mostra a relevância do setor florestal e a necessidade de estratégias definitivas para ordenamento da atividade”, comenta Leonardo Sobral, gerente do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) – que também esteve presente no debate.
Leonardo Sobral também explica que a iniciativa de legalidade florestal é pautada, pelo instituto, na construção de uma agenda positiva com o intuito de alavancar o manejo florestal na Amazônia. “A gente tem conduzido no âmbito da nossa iniciativa de legalidade diversas análises e estudos. Não seria possível fazer essas análises se não tivesse a transparência dos dados e das informações que hoje são disponibilizadas pelos órgãos ambientais, como a Semas do Pará, só através disso a gente consegue gerar análises e definir estratégias”, comenta ele.