13/01/2021 17h47 | Atualizado em 14/01/2021 12h52 Por ASCOM
Com o início do período de chuvas, também começa a temporada de raios na região Norte, que seguirá até o mês de maio. No ano passado, foi registrada a incidência de 144 milhões raios no Brasil. Até meados de março deste ano, são esperadas mais de 60 milhões de descargas elétricas no país. Em Belém, a concentração de raios é de 15,2 por km²/ano, o que deixa a capital paraense em 301º lugar no ranking da densidade nacional e na 51ª posição estadual. Estes dados são referentes ao período 2016-2019 e foram fornecidos pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), que faz parte do Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o coordenador do Núcleo de Hidrometeorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA), Saulo Carvalho, a maior concentração de raios no Pará fica nas regiões norte e sudeste do Estado: “O período que compreende dezembro até maio, registra a maior incidência de raios na região Norte, em especial no Pará. No Estado, estes eventos ficam mais concentrados na porção norte e também na porção sudeste. Isso se dá pelo início do período chuvoso na porção Norte, onde há a maior formação de nuvens com trovoadas, as chamadas cumulus nimbus. Além da grande quantidade de chuva, estes eventos de tempestades vêm acompanhados por grande quantidade de raios.
”O restante do país também entra na época do ano com maior incidência de descargas elétricas, devido ao início do verão. É que, à medida que o ar úmido se aquece na superfície terrestre, mais leve ele se torna e sobe mais rapidamente para a atmosfera. Assim, quando se encontra com as temperaturas mais frias nas altitudes mais elevadas, gotículas de água e gelo se formam e se chocam dentro das nuvens, formando a eletricidade. Na região Norte, em que as temperaturas são sempre elevadas, a incidência de raios aumenta com o início do período chuvoso.
Com cerca de 78 milhões de raios por ano, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. A probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio é de uma em 1 milhão, em média. Mas, com tanto raio caindo no país, a cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma acontece no Brasil, que registra 130 óbitos por ano, no Brasil, segundo o Inpe.
De acordo com dados coletados entre os anos de 2000 a 2019, o Pará ficou em terceiro lugar entre os Estados com maior número de mortes causadas por raios, com 162 fatalidades, atrás de Minas Gerais, com 175, e São Paulo, que registrou 327 óbitos. Este levantamento elaborado pelo ELAT reuniu informações coletadas neste período pelo Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do Ministério da Saúde, veículos da imprensa e dados de população do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados revelam um total de 2.194 fatalidades registradas; uma média de 110 casos por ano no período. Dentre as principais circunstâncias de fatalidades, os maiores percentuais são aqueles associados a atividades de agronegócio (26%).
Quando há formação de nuvens com raios no horizonte, a recomendação dos especialistas é a de evitar lugares abertos e se abrigar em prédios, pontos de ônibus ou dentro de carros, por exemplo. Dentro de casa, é preciso se afastar de portas e janelas com grade de metal, que são condutores de eletricidade, e também é importante não usar celular ligado na tomada, se mantendo longe de objetos ligados às redes elétrica e telefônica. No trânsito, deve-se permanecer dentro do automóvel. Em casos de espaços abertos (praias, pastos, plantações, campos de futebol, etc) a dica é procurar abrigo sempre que o tempo ficar encoberto e não somente quando a chuva cair.
Saulo Carvalho dá dicas de segurança durante as tempestades e alerta para o perigo de usar celular conectado à tomada: “Como medida de prevenção, recomenda-se que, no momento da tempestade, a pessoa deve se abrigar em lugares seguros, como casas, prédios e até em paradas de ônibus. Quando estiver em casa, deve-se evitar contato com objetos metálicos, se afastar de janelas e não usar o celular com carregador plugado na tomada, até passar a tempestade.”