21/10/2020 17h43 | Atualizado em 21/10/2020 17h44 Por ASCOM
Seu Joaquim Carlos Barbosa é produtor rural na comunidade do Xadá, que fica dentro da Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu. Nesta quarta-feira (21), ele e outros produtores rurais da região receberam a visita da equipe do Territórios Sustentáveis (TS) e participaram de uma oficina prática do Projeto de Sistemas Agroflorestais (Prosaf), ministrada pela gerente do Ideflor-Bio, Keylah Borges.
“Nós estamos trabalhando a recomposição florestal de uma área que estava degradada e eles estão aprendendo a plantar da maneira correta o cacau, a banana, o açaí, a mandioca e o feijão. Para montar uma agrofloresta comercial que renda e que contribua com o meio ambiente”, explica Keylah.
O seu Joaquim, por exemplo, tem cerca de 40 cabeças de gado leiteiro, mas a principal atividade econômica da propriedade é o cultivo de cacau e hortaliças. Ainda na década de 90 ele tentou plantar várias culturas que não deram certo e agora está confiante com as técnicas e novas tecnologias que chegam por meio das capacitações do programa Territórios Sustentáveis. “Os técnicos que vem aqui estão adequando a tecnologia ao trabalho que a gente faz aqui na roça e isso deixa a gente muito esperançoso porque vamos tendo clareza do que temos que fazer e o resultados que vamos alcançar”, comemora o produtor rural.
O seu Damião Barbosa, que é irmão do seu Joaquim, também tem um terreno na APA Triunfo do Xingu. A primeira vez que ele plantou cacau, mas teve toda a produção destruída pelo fogo, que tinha sido provocado para abertura de pasto por um vizinho. Isso aconteceu na década de 90 e desde então ele percebeu que precisava preservar a floresta para produzir e se sustentar, mas para isso ele conta que precisa ter acesso ao conhecimento.
“O Territórios Sustentáveis veio justamente pra ajudar a gente em todos os pontos onde tinha problema, desde a nossa regularização fundiária, até a técnica para plantar as mudas, é o que a gente precisa”, conclui seu Damião.
O Programa Territórios Sustentáveis entra na fase prática, na qual os produtores rurais inscritos e habilitados já começam a receber o atendimento. O TS é um dos pilares do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), do Governo do Estado, com coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que tem o objetivo de incentivar o desenvolvimento sustentável no interior do Pará, por meio de apoio técnico, acesso às linhas de crédito, regularização fundiária e ambiental e a entrada desses produtores rurais em novos mercados. “O Governo do Estado, quer mostrar que não atua apenas na repressão aos crimes ambientais e sim, como um incentivador para aqueles que querem produzir mais e manter boas práticas ambientais. A ideia é mudar a cultura do desmatamento, ajudando inclusive aqueles que desmataram, mas que hoje querem trabalhar da maneira correta, recuperando áreas degradas”, enfatiza o titular da Semas, Mauro O’de Almeida.
A regularização fundiária e ambiental são pontos importantes para esses agricultores e pecuaristas que precisam dos documentos para ter acesso a benefícios governamentais e aos créditos bancários para investir na produção e compra de equipamentos.
Seu Genésio Santiago tem uma propriedade com 100 hectares na região da APA Triunfo do Xingu, mas desde 1978, quando ele chegou aqui, nunca tinha conseguido regularizar a terra. “Eu fiz minha inscrição, veio a equipe aqui e agora eu tô muito feliz porque já sei que vou receber o documento da minha propriedade, isso dá segurança pra gente trabalhar e cuidar da nossa terra para produzir bem e preservar a nossa floresta”, acrescenta o produtor rural.
A APA Triunfo do Xingu fica na área rural de São Felix do Xingu, no sudoeste do Pará. A principal atividade econômica é a pecuária, seguida pela cultura do Cacau, Milho, Frutas e Hortaliças. Nessa primeira fase, o TS atende as propriedades rurais dos municípios de Água Azul do Norte, Tucumã, Ourilândia e São Felix do Xingu, localizados na PA 279, na região do Araguaia.
O programa é feito de maneira integrada por secretarias e órgãos estaduais ligados às questões ambientais. São eles: Semas, Emater, Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).