Territórios Sustentáveis estreita diálogo com produtores rurais do Xingu

Regularização fundiária é um dos pontos mais importantes para os produtores rurais

04/09/2020 10h23 | Atualizado em 04/09/2020 10h26 Por ASCOM

Territórios Sustentáveis estreita diálogo com produtores rurais do Xingu

A equipe formada por técnicos e gestores do Programa Territórios Sustentáveis está na região do Xingu, cumprindo agenda de encontros com o setor produtivo local. O trabalho vai até sexta-feira (4), quando as equipes finalizam o plano de visitas desta segunda fase.

As reuniões são uma oportunidade de apresentar o projeto e sensibilizar os produtores locais. “Esse momento é muito importante para que as dúvidas sejam tiradas, para que o projeto possa ser compreendido e aceito pelos produtores rurais, como um novo caminho de desenvolvimento sustentável”, explica o coordenador do TS e secretário adjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Raul Protázio.

Uma das visitas foi na Vila Nereu, na zona rural do município de São Félix do Xingu. Com pouco mais de 400 produtores rurais, as principais atividades produtivas são a pecuária, a produção de leite e a plantação de cacau. Entre os desafios do setor, estão a regularização ambiental e fundiária. “Vai ser um marco para o produtor rural, porque você vai mudando a cultura do produtor rural e muda toda a produção pra melhor”, comemora Cleosmar Antônio, produtor rural da vila.

O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Lucas Vieira, destaca que a Vila Nereu tem a produção voltada para a pecuária e os fomentos podem garantir maior produtividade e aproveitamento do espaço. “Nós podemos fomentar a pecuária intensiva para garantir eficiência na produção e aproveitamento dos pastos que já existem, sem degradar nova áreas”, acrescenta.

O Territórios Sustentáveis é um dos quatro projetos que formam o Plano Estadual Amazônia Agora, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento sócio-econômico no campo, aliado à preservação ambiental. Para alcançar esse objetivo, o TS tem uma estratégia de ação global nas propriedades rurais, disponibilizando aos proprietários o acesso a apoio técnico, regularização fundiária e ambiental, linhas de crédito e até apoio para escoamento da produção em novos mercados.

A fazenda do seu Francisco Pereira também fica na Vila Nereu e tem 100 hectares, com cerca de 170 cabeças de gado. Ele é de Minas Gerais, mas mora no Pará desde 1992. O pequeno produtor lembra que quando chegou aqui, encontrou uma floresta de pé e um solo produtivo. “As pessoas foram queimando e abrindo pasto. Só que a terra degradou junto com as nascentes. Se nós tivéssemos apoio técnico na época, isso não tinha acontecido. Com esse projeto nós vamos produzir melhor e ter nossa documentação da terra regularizada; vai ser bom demais pra mim e pra região”, ressalta seu Francisco.

A regularização fundiária e ambiental é um dos pontos mais importantes para os produtores rurais. Sem a documentação regularizada, eles não conseguem crédito e nem vender os produtos sem a figura de um atravessador.

O presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Bruno Kono, explica que os produtores rurais que participam do TS ganham em agilidade e eficiência na hora de regularizar a documentação das propriedades: “Eles terão a prioridade na análise dos documentos, o que garante rapidez ao processo de regularização. Nós vamos entregar 40 títulos de terra, daqueles que deram entrada no projeto na primeira fase de visitas. Até o final de outubro vamos entregar mais 150 títulos e queremos manter esse ritmo mensalmente”, ressalta.

A equipe do TS também visitou a Cooperativa Alternativa Mista dos Produtores Rurais do Alto Xingu (Campax). Lá, os técnicos apresentaram o projeto aos produtores rurais. Raimundo dos Santos, presidente da cooperativa, conta que chega a produzir mais de 350 toneladas por ano de sementes de cacau. Grande parte é escoada para a Bahia, outra fica aqui para produção de chocolate regional. Outros produtos como a castanha, por exemplo ainda não saem do Estado. “Faltava dinheiro para investir na melhoria da produção de castanha, para garantir qualidade e certificação. Com esse projeto a gente pode ter um novo caminho”, afirma seu Raimundo.

O TS é uma ação integrada do governo do Estado, com coordenação da Semas, que atua por meio das secretarias e órgãos ambientais estaduais, unidos para promover o desenvolvimento sustentável. São eles: Iterpa, Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Sedap, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-Pa).

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